Estamos a meio da Quarentena e a caminho de Páscoa, mas já desde o início do isolamento social que tenho esta mensagem para vos deixar… Hoje ao abrir o Facebook vi a foto da MEL e foi o passinho que faltava para me sentar e escrever.
Não será difícil para nenhum de nós estabelecer o paralelismo entre o que estamos a passar neste momento de privação: de contacto social, falta de satisfação das nossas necessidades, privação de bens materiais, falta de satisfação de gostos e atividades lúdicas e etc. com aquilo que centenas de animais passam nos abrigos, onde vivem muitos deles anos e anos a fio.
Sim, sentem o mesmo estado de inutilidade, depressivo, com falta de emoção e de objetivos de vida que nós sentimos nestes dias de isolamento social.
É mesmo essa a legenda que me surge quando olho para a cara da Mel nesta foto.
Só que há uma diferença enorme entre o nosso isolamento social e a prisão emocional e física que vive um animal num abrigo, é que nós, seres humanos, sabemos que é temporário, sabemos que só temos de aguardar um pouco e já passa e vamos poder voltar a abraçar quem mais amamos, olhar o pôr do sol junto ao mar, fazer convívios e rir com os nossos amigos. Já aos olhos deles é para sempre. Sabem que não são capazes de mudar o seu próprio destino, que dia após dia vão sentir a mesma depressão, inutilidade, tristeza…
Sabem que sempre impulsiono adoção. E penso que não há melhor forma de entendermos o que se passa lá no fundo deste enorme coração da Mel, não há onde esconder a tristeza que vai nessa alma cheia de carinho e doçura…e sei que deste lado há alguém tão especial que vai saber dar aquele abraço e devolver lhe a vida…
Porque se esperarmos que tudo fique perfeito, esperamos tempo a mais.
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